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quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Trabalhar para o exterior (5) – mais sobre recebimento

A novela do recebimento andava suspensa, mas volta ao ar.

Uma boa coisa é ter uma conta no exterior, por exemplo nos EUA. Se tiver a chance, abra uma. É cada vez mais difícil, mas, se você for até lá e tiver um conhecido que te leve ao banco dele e tal, talvez consiga. Não há nada de ilegal em ter uma conta no exterior, desde que você inclua em sua declaração de bens que faz parte da declaração de rendimentos. Antes de abrir investigue que tipo de cartão magnético o banco te dá. De modo geral, com um cartão magnético, você saca dinheiro de sua conta americana nos caixas automáticos do Banco 24 Horas, aqui no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, sem o mais leve problema. O problema, claro, está em abrir a conta. Se você tiver a conta, o cliente manda o seu cheque diretamente para o banco, que faz a compensação e credita a sua conta. A maioria dos bancos americanos cobra uma taxa de administração se o saldo médio cair abaixo de um certo valor. Então, para deixar 50 dólares por lá, não vale a pena.

Muitas agências atualmente pagam via Paypal. Paypal cobra taxa, um pouco menos de 4%, mas é seguro e simples. Para pequenos valores, não tem igual. Ótimo, por exemplo, quando você quer pagar 5 dólares que deve a um amigo em algum lugar do mundo. É possível transferir valores de sua conta Paypal para sua conta corrente bancária em vários lugares do mundo, mas não no Brasil, o que é a maior água no chope. Te mandam um cheque, se você quiser e estiver disposto a pagar a taxa de 11 dólares. Mas aí você fica com o cheque e não adiantou nada ter Paypal. Quer dizer, precisa ter Paypal e conta lá. Se não tiver, só pode usar Paypal para pagar compra no eBay e outros lugares onde for aceito. Há uma que outra empresa que compra créditos de PayPal. De vez em quando, aparece. Mas pagam um deságio de mais de 10%.

Também tem o iKobo. Eles te dão um cartão magnético, que permite sacar da sua conta em qualquer caixa eletrônico. O problema é o cliente aceitar pagar via iKobo. Tem também a Western Union, mas o problema é o mesmo: precisa ver se o cliente topa. Do lado do cliente, nem iKobo nem WU são convenientes, que não vou discutir aqui. Se o cliente topar, topou; se não topar, de que adianta minha discussão?

Por fim, alguns bancos compram cheques em moeda estrangeira. São poucos e quem comprava ontem pode não comprar hoje, mas voltar a comprar amanhã. Dá trabalho, porque você precisa sair de casa para ir ao banco negociar o cheque. E tempo é dinheiro. Uma tarde para ir ao banco, custa o que você teria ganho traduzindo. Pense nisso.

Por fim, é bom ficar de olho nos encargos. Todos esses serviços cobram alguma coisa e, quando se troca moeda, é bom ver qual é a taxa de câmbio aplicada. Um encargozinho de cá, uma comissãozinha de lá, uma tarifinha mais adiante e uma taxa de câmbio assustadoramente baixa, para um dólar que já anda meio capenga – e lá se vai nosso rico dinheirinho. Tudo isso deve ser levado em conta antes de aceitar um servicinho a cinco centavinhos de dólar por palavra.

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