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quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Vida de tradutor

Interrompo um pouco a novela dos pagamentos do exterior para contar uns causos, basicamente porque não tive tempo de organizar o capítulo final como queria. Mas ele vem, tenham certeza.

Portugês para "ambos os lados do Atlântico"

Então, me escreve um cliente pedindo uma tradução em português "elegante" que seja considerado bom em ambos os lados do Atlântico. Recusei o serviço. Conheço suficientemente bem as duas vertentes da língua para saber que é impossível escrever um texto institucional sobre finanças que seja considerado "elegante" e informativo em ambos os lados do oceano. A terminologia técnica é diferente, o estilo é diferente, até a ortografia é diferente. Ou você fala de "fatos" ou de "factos". Até meu celular, que me escrevia em luso, agora escreve em brasileiro.

Avisaram que estão procurando outro tradutor. Vem aí a famosa história do "se eu não fizer, alguém faz", que sempre me parece a mais fraca de todas as justificativas para fazer qualquer coisa. É provavelmente verdadeiro que não faltará quem faça. Mas isso não me preocupa. O importante, para mim, é que não sou eu quem vai fazer.

Pensamento do dia

Se todos os seus orçamentos estão sendo aceitos, você está cobrando menos do que devia.

A novela da tributação

Por sugestão de um leitor, iniciei a novela sobre como receber pagamentos do exterior. Vem o Ewandro e puxa a conversa da tributação dos nossos serviços, que já é outra coisa bem diferente, porém até mais importante. Estou mantendo uma correspondência com ele e discutindo certos pontos com meu contador (arrependido de me ter como cliente, mas isso é problema dele) e a próxima novela provavelmente vai ser sobre tributação. Preparem-se.

O blog em geral

O número de visitantes do blog vai aumentando paulatinamente. De vez em quando, dá um salto, depois baixa, mas, quando baixa, é sempre para um nível um pouco mais alto que antes. Fico muito contente com isso. Tenho tentado fazer um blog sobre a profissão de tradutor, quer dizer, sobre tradução como modo de ganhar a vida, não sobre tradução vista como disciplina acadêmica ou empreendimento intelectual. Nada contra essas duas abordagens, mas achei que faltava algo sobre a profissão, mesmo. Por outro lado, procuro fazer um blog orientado para soluções. De choradeira e reclamação, já ando cheio.

Por hoje chega. Até amanhã e obrigado pela visita.























Um comentário:

Anônimo disse...

Vc devia ter dito que português elegante é almofadinha. Ô palavrinha arcaica! Do meu tempo...
Stella