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quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

A tradução estava um lixo!

De vez em quando aparece uma mensagem ou numa lista de discussão ou numa comunidade do Orkut, onde alguém, digamos, aluna da Faculdade A afirma que já viu serviço feito por gente formada pela Faculdade B, ou que não tem formação específica como tradutor, e que o serviço estava um lixo.

Não duvido. Há muito lixo por aí, sem dúvida. E, por boa parte dele, são responsáveis os ex-alunos da Faculdade B (qualquer que ela seja) e o pessoal que não tem formação específica em tradução.

Mas há umas quantas outras conclusões a tirar da descoberta. A primeira é baseada no velho adágio de que, quanto maior a generalização, maior o erro. Quer dizer, você viu uma ou duas traduções feitas por gente da Faculdade B e estavam um lixo. Isso não significa que todas as traduções feitas pelo pessoal da Faculdade B sejam um lixo, nem sequer que a maioria seja.

Pior: daí começar a julgar que todas as traduções, ou a maioria das traduções, feitas pelos seus colegas de Faculdade A (ou “que tenham sido engenheiros”, ou “que tenham morado no exterior”, ou “que falem inglês em casa desde a infância”) sejam boas ou ao menos melhores do que as do pessoal formado na Faculdade B é extrapolar demais.

Por fim – e aqui está a parte mais importante – nunca se esqueça que da quantidade de erros que você encontrou em uma tradução alheia, por enorme que seja, não se pode deduzir que as traduções que você faz sejam boas.

Aliás, no mesmo momento em que você está esculhambando com uma tradução de gente da Faculdade B, pode haver algumém, em outro local, esculhambando com uma tradução feita por gente da sua Faculdade – e pode muito bem ser uma tradução feita por você.

(A bem dizer, este é o artigo de ontem. O de hoje vai mais tarde.)

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